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Posts Tagged ‘Humor’

Antes do Lilo & Stitch ser lançado a Disney fez alguns trailers promocionais com Stitch interagindo com clássicos da empresa. Aladdin, Bela e a Fera, Rei Leão e a Pequena Sereia. Estava eu passeando pelo You Tube novamente quando achei o vídeo com Stitch e Ariel:

A idéia era mostrar um filme Disney como jamais foi feito e no fim sabemos que deu certo. Considero Lilo & Stitch o último desenho 2D Disney que realmente deu certo e que ficou fenomenal.

Em tempos, para não perder o post, não sei se já leram em outros lugares, mas a Disney está investindo em um Anime com o personagem. Poucas coisas foram reveladas, o que se sabe é que a história irá se passar em uma outra ilha, não teremos a Lilo (erro fatal), Jumba e Plick irão continuar no show e uma nova menininha, japonesa, irá fazer parte do anime. Assim que eu conseguir vídeos e trailers, eu posto aqui, por enquanto o projeto está bem morno. É uma idéia que a Disney teve ano passado de transformar algumas de suas franquias em animes…

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HQ: Meu dia…

Para fechar minha cota de posts hoje 🙂

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Segundo crônica publicada aqui no Blog, hoje de um dos livros mais vendidos do autor, que ficou praticamente 1 ano na lista dos livros mais vendidos no Brasil.

Trapezista

Querida, eu juro que não era eu. Que coisa ridícula! Se você estivesse aqui – Alô? Alô? – olha, se você estivesse aqui ia ver a minha cara, inocente como o Diabo. O quê? Mas como, ironia? “Como o Diabo” é força de expressão, que diabo. Você acha que eu ia brincar numa hora desta? Alô! Eu juro, pelo que há de mais sagrado, pelo túmulo de minha mãe, pela nossa conta no banco, pela cabeça dos nossos filhos, que não era eu naquela foto de carnaval no Cascalho que saiu na Folha da Manhã. O quê? Alô! Alô! Como é que eu sei qual é a foto? Mas você não acaba de dizer… Ah, você não chegou a dizer… ah, você não chegou a dizer qual era o jornal. Bom, bem. Você não vai acreditar mas acontece que eu também vi a foto. Não desliga! Eu também vi a foto e tive a mesma reação. Que sujeito parecido comigo, pensei. Podia ser gêmeo. Agora, querida, nunca, em nenhum momento, está ouvindo? Em nenhum momento me passou pela cabeça a idéia de que você fosse pensar – querida, eu estou até começando a achar graça -, que você fosse pensar que aquele era eu. Por amor de Deus. Pra começo de conversa, você pode me imaginar de pareô vermelho e colar havaiano, pulando no Cascalho com uma bandida em cada braço? Não, faça-me o favor. E a cara das bandidas! Francamente, já que você não confia na minha fidelidade, que confiasse no meu bom gosto, poxa! O quê? Querida, eu não disse “pareô vermelho”. Tenho a mais absoluta, a mais tranquila, a mais inabalável certeza que eu disse apenas “pareô”. Como é que eu podia saber que era vermelho se a fotografia não era em cores, certo? Alô? Alô? Não desliga! Não… Olha, se você desligar está tudo acabado. Tudo acabado. Você nem precisa voltar da praia. Fica aí com as crianças e funda uma colônia de pescadores. Não, estou falando sério. Perdi a paciência. Afinal, se você não confia em mim não adianta nada a gente continuar. Um casamento deve se… se… como é mesmo a palavra?… se alicerçar na confiança mútua. O casamento é como um número de trapézio, um precisa confiar no outro até de olhos fechados. É isso mesmo. E sabe de outra coisa? Eu não precisava ficar na cidade durante o carnaval. Foi tudo mentira. Eu não tinha trabalho acumulado no escritório coisíssima nenhuma. Eu fiquei sabe para quê? Para testar você. Ficar na cidade foi como dar um salto mortal, sem rede, só para saber se você me pegaria no ar. Um teste do nosso amor. E você falhou. Você me decepcionou. Não vou nem gritar por socorro. Não, não me interrompa. Desculpas não adiantam mais. O próximo som que você ouvir será do meu corpo se estatelando, com o baque da desilusão, no duro chão da realidade. Alô? Eu disse que o próximo som.. que… O quê? Você não estava ouvindo nada? Qual foi a última coisa que você ouviu, coração? Pois sim, eu não falei – tenho certeza absoluta que não falei – em “pareô vermelho”. Sei lá que cor era o pareô daquele cretino na foto. Você precisa acreditar em mim, querida. O casamento é como um número de… Sim. Não. Claro. Como? Não. Certo. Qunado você voltar pode perguntar para o… Você quer que eu jure? De novo? Pois eu juro. Passei sábado, domingo, segunda e terça no escritório. Não vi carnaval nem pela janela. Só vim em casa tomar um banho e comer um sanduíche e vou logo voltar para lá. Como? Você telefonou para o escritório? Meu bem, é claro que a telefonista não estava trabalhando, não é, bem? Ha, ha, você é demais. Olha, querida? Alô? Sábado eu estou aí. Um beijo nas crianças. Socorro. Eu disse, um beijo.

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Essa idéia surgiu faz alguns dias, entretanto eu precisava de um tempo para achar os livros e explicar a intenção aqui. Mas antes disso leiam o texto abaixo:

A Espada

Uma família de classe média alta. Pai, mulher, um filho de sete anos. É a noite do dia em que o filho fez sete anos. A mãe recolhe os detritos da festa. O pai ajuda o filho a guardar os presentes que ganhou dos amigos. Nota que o filho está quieto e sério, mas pensa: “É o cansaço.”Afinal ele passou o dia correndo de um lado para o outro, comendo cachorro-quente e sorvete, brincando com os convidados por dentro e por fora da casa. Tem que estar cansado.

 – Quanto presente, hein, filho?
– É.
– E esta espada. Mas que beleza. Esta eu não tinha visto.
– Pai…
– E como pesa! Parece uma espada de verdade. É de metal mesmo. Quem foi que deu?
– Era sobre isso que eu queria falar com você.

O pai estranha a seriedade do filho. Nunca o viu assim. Nunca viu nenhum garoto de sete anos sério assim. Solene assim. Coisa estranha… O filho tira a espada da mão do pai. Diz:

– Pai, eu sou Thunder Boy.
– Thunder Boy?
– Garoto Trovão.
 – Muito bem, meu filho. Agora vamos pra cama.
– Espere. Esta espada. Estava escrito. Eu a receberia quando fizesse sete anos.

O pai se controla para não rir. Pelo menos a leitura de história em quadrinhos está ajudando a gramática do guri. “Eu a receberia…” O Guri continua.

– Hoje ela veio. É um sinal. Devo assumir meu destino. A espada passa a um novo Thunder Boy a cada geração. Tem sido assim desde que ela caiu do céu, no vale sagrado de Bem Tael, há sete mil anos, e foi empunhado por Ramil, o primeiro Garoto Trovão.

O pai está impressionado. Não reconhece a voz do filho. E a gravidade do seu olhar. Está decidido. Vai cortar as histórias em quadrinhos por uns tempos.

– Certo, filho. Mas agora vamos…
– Vou ter que sair de casa. Quero que você explique à mamãe. Vai ser duro para ela. Conto com você para apoiá-la. Diga que estava escrito. Era meu destino.
– Nós nunca mais vamos ver você? – pergunta o pai, resolvendo entrar no jogo do filho enquanto o encaminha, sutilmente, para a cama.
– Claro que sim. A espada do Thunder Boy está a serviço do bem e da justiça. Enquanto vocês forem pessoas boas e justas poderão contar com a minha ajuda.
– Ainda bem. – diz o pai.

E não diz mais nada. Porque vê o filho dirigir-se para a janela do seu quarto, e erguer a espada como uma cruz, e gritar para os céus “Ramil!”. E ouve um trovão que faz estremecer a casa. E vê a espada iluminar-se e ficar azul. E o seu filho também.

O pai encontra a mulher na sala. Ela diz:

– Viu só? Trovoada. Vá entender este tempo.
– Quem foi que deu a espada para ele?
– Não foi você? Pensei que tinha sido você.
– Tenho uma coisa pra te contar.
– O que é?
– Senta, primeiro.

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Gostou? 🙂
Este texto foi retirado do livro:

Luis Fernando Veríssimo é um dos grandes nomes da Literatura Brasileira. Adoro suas crônicas, sempre inteligentes e criativas e com o humor na dose certa. Alguns anos atrás a editora Objetiva adquiriu o direito de publicar as obras do autor, desde então foram publicados 8 livros de crônicas . As melhores já feitas com os mais diversos temas. Com o intuito de mostrar um pouco das obras do autor, de tempos em tempos irei transcrever algumas das melhores crônicas dos livro já publicados.

Espero que gostem da novidade e acompanhem os próximos textos. Nós, brasileiros, temos o péssimo hábito de fugir da leitura. Temos desprezo pela leitura. Eu gosto de ler desde criança, então sempre incentivei amigos, conhecidos, familiares e colegas ao hábito da leitura. Seja de livros, quadrinhos, jornais ou até internet. Realmente espero que os leitores do Blog curtam a idéia.

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